Sarah não atende há três dias porque posto está sem energia elétrica

É descaso. Só precisa ficar claro de quem é o descaso. Por que a população sofre com isso.

Há quatro dias, médicos e enfermeiros que trabalham no Posto de Saúde Sarah Kubitschek, um dos mais movimentados de Ilhéus, não podem realizar uma só consulta. O problema? Desta vez não é a desculpa da falta de insumos ou de pessoal.

O posto está sem energia elétrica desde segunda-feira (08) quando foi necessário desligar a rede elétrica para a realização de uma pode numa árvore localizada no estacionamento da unidade. O problema começou semana passada quando galhos da amendoeira estavam tocando na fiação e provocando instabilidade no sistema elétrico do posto.

Para realizar a poda e evitar um curto-circuito, a Prefeitura solicitou à Coelba que fizesse o corte da energia a fim de evitar algum acidente durante a manutenção. Corte feito. O serviço foi então executado pela equipe da Secretaria de Serviços Urbanos na segunda-feira e, quando solicitada à Coelba a religação da energia, esta, segundo informações da secretaria de saúde, afirmou que o procedimento só poderia ser feito através do número 0800 da empresa.

"Fizemos o pedido e até agora nada", confirma José Antônio Ocké, diretor financeiro da secretaria.

O posto de saúde Sarah Kubitschek é um dos poucos da cidade que funcionam até as 22 horas e fica localizado em um ponto estratégico da cidade: o Malhado. Por ser um local onde é signficativa a população infantil, são as crianças, na grande maioria, que estão sofrendo com a falta do serviço. Nos últimos três dias, para manter a vacinação, por exemplo - mesmo que no escuro - técnicos levam e trazem um isopor com algumas ampolas. Sem energia, não tem como manter o medicamento no posto e condições ideais de conservação.

Nota da redação: O corte de energia não é o tradicional corte de energia elétrica de uma residência que deixou de pagar suas contas. É de um posto de saúde que, inclusive, não está com a conta em atraso. É um local de cuidar das pessoas enfermas. Mesmo diante da informação de que o pedido de religação deveria ser formulado pelo 0800, é necessário nestas horas o bom senso. É necessária a intervenção administrativa e institucional entre Prefeitura e Coelba. Muito provavelmente, uma ligação telefônica para a chefe do escritório, seria suficiente para de há muito ter restabelecido a energia no local e a população, sofrendo há três, já tivesse retornado a ser atendida. É lamentável.